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Primeiro Emprego: Como se Preparar para o Mercado Mesmo Sem Experiência

A busca pelo primeiro emprego é uma realidade comum para muitos jovens e adultos que moram em favelas, comunidades e periferias. Em um cenário onde as oportunidades nem sempre são abundantes, e a falta de experiência é vista como um obstáculo, a questão da empregabilidade se torna ainda mais desafiadora. Mas como se preparar para o mercado de trabalho sem experiência prévia? A boa notícia é que há várias formas de superar essa dificuldade e conquistar a tão sonhada vaga. Vamos entender algumas estratégias e soluções eficazes para aumentar suas chances de entrar no mercado de trabalho.


1. Desenvolva suas Habilidades e Conhecimentos


Mesmo sem experiência formal, você tem um conjunto de habilidades que podem ser muito valiosas para os empregadores. Muitas vezes, as pessoas da periferia possuem habilidades que surgem da convivência com a comunidade, do aprendizado informal ou até mesmo de experiências de trabalho não remunerado, como ajudar em negócios locais ou realizar tarefas em casa. Essas habilidades podem ser a chave para o primeiro emprego.

Por isso, investir em cursos gratuitos, workshops e treinamentos online é uma ótima maneira de aumentar suas competências. Existem diversas plataformas que oferecem cursos gratuitos e acessíveis, como o Coursera, Khan Academy e Senai. Você pode aprender novas habilidades relacionadas ao seu interesse, como informática, marketing digital, habilidades de comunicação, atendimento ao cliente, entre outros.


Dica prática: Procure cursos que ofereçam certificados, isso pode ser um diferencial no currículo.


2. Valorize Experiências Não-Formais


Uma das maiores dificuldades de quem busca o primeiro emprego é a falta de experiência no mercado de trabalho formal. Contudo, é importante entender que toda experiência conta. Seja no voluntariado, em trabalhos informais, na organização de eventos comunitários ou até mesmo em sua rotina no bairro, você já possui experiências que podem ser valorizadas.

Ao elaborar seu currículo ou se apresentar em uma entrevista, destaque as habilidades adquiridas nessas experiências. Fale sobre sua capacidade de trabalhar em equipe, de se comunicar, de resolver problemas e de se organizar. Essas são qualidades muito procuradas pelos empregadores, especialmente em quem está começando.


Dica prática: Use a frase "experiência informal" para se referir a essas atividades em seu currículo. Por exemplo, "Responsável por organizar eventos no bairro, o que me deu experiência em coordenação e atendimento ao público".


3. Construa uma Rede de Contatos (Networking)


A rede de contatos, ou networking, é fundamental para quem está começando no mercado de trabalho. Muitas vagas de emprego não são divulgadas amplamente, mas ficam disponíveis entre amigos, familiares e conhecidos. Em comunidades e periferias, a troca de informações e a solidariedade são essenciais, e muitas vezes, uma oportunidade de trabalho chega justamente por meio do boca a boca.

Participe de eventos, mesmo que online, relacionados à sua área de interesse. Estar presente em grupos e coletivos locais também pode abrir portas. Use suas redes sociais para divulgar suas intenções profissionais e para se conectar com pessoas que possam te ajudar.


Dica prática: Faça postagens no seu perfil profissional, como o LinkedIn, ou em grupos de WhatsApp, comentando sobre sua busca por trabalho e pedindo dicas ou oportunidades.


4. Aposte na Apresentação Pessoal e no Currículo


Embora o primeiro emprego não exija um currículo longo ou repleto de experiências, ele deve ser claro, objetivo e bem apresentado. Invista um tempo para criar um currículo simples, mas que destaque suas habilidades e seu interesse em aprender. Inclua informações como cursos feitos, habilidades de informática, e qualquer experiência relevante, como trabalhos voluntários ou prestação de serviços para a comunidade.


Além do currículo, a apresentação pessoal também faz diferença. Mesmo em uma entrevista informal ou em uma primeira conversa, esteja preparado para demonstrar confiança e boa postura. Isso transmite seriedade e desejo de aprender.


Dica prática: Existem muitos sites gratuitos para criar currículos profissionais, como Canva ou Modelo de Currículo, que ajudam a deixar o documento mais visual e atrativo.


5. Procure por Programas de Inclusão Profissional


Muitas empresas e organizações sociais têm programas específicos para pessoas sem experiência, especialmente nas periferias e favelas. Esses programas têm como objetivo formar profissionais para áreas como atendimento, vendas, marketing e serviços gerais. Eles podem oferecer treinamento, acompanhamento e até mesmo a garantia de um emprego ao final do programa.


Além disso, no Brasil, diversas organizações não governamentais (ONGs) e coletivos locais também oferecem cursos gratuitos de qualificação profissional e apoio para quem está em busca do primeiro emprego. Pesquisar sobre essas oportunidades pode ser um passo importante na sua preparação para o mercado de trabalho, promovendo inclusão social e desenvolvimento profissional. Essas iniciativas são fundamentais para reduzir as altas taxas de desemprego juvenil e oferecer oportunidades de crescimento pessoal e profissional.


O Instituto para Qualificação e Inserção Profissional – iJOVEM é outra entidade que atua na qualificação e inserção de jovens e adolescentes no mercado de trabalho. Fundado em 2012, o iJOVEM desenvolve ações concretas para facilitar o acesso dos jovens à sua primeira experiência de trabalho, oferecendo cadastramento, seleção, treinamento e acompanhamento. Desde sua fundação, a instituição já atendeu milhares de jovens, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e redução da vulnerabilidade social.


O Instituto Reciclar trabalha há 30 anos com jovens em situação de vulnerabilidade, desenvolvendo competências socioemocionais e habilidades técnicas para a inserção no mercado de trabalho. Anualmente, a organização atende jovens no contraturno da rede pública de ensino, ampliando sua visão sobre vocação e interesses profissionais. Em 2021, o Instituto formou 900 educadores da rede pública municipal de São Paulo, impactando diretamente 36.000 jovens.


O Instituto Empreeduca, por exemplo, identifica, desenvolve e conecta jovens das periferias a oportunidades exclusivas de emprego. A organização trabalha em parceria com uma rede de ONGs selecionadas, realizando a preparação inicial dos jovens. Após essa etapa, o Empreeduca identifica perfis e interesses, conectando os jovens a vagas exclusivas em empresas parceiras. Além disso, oferece desenvolvimento contínuo nas habilidades mais importantes para a função, garantindo a permanência dos jovens no mercado de trabalho e contribuindo para a transformação social.


O Projeto NAU é um programa gratuito de formação para jovens entre 16 e 24 anos que estão cursando ou já concluíram o ensino médio. Com duração de 3 meses com 3 encontros semanais, às Segundas, Quartas e Sextas de 14h às 18h, o projeto fornece lanche e a camiseta no projeto. Durante a capacitação, os participantes desenvolvem soft skills e habilidades técnicas essenciais para se destacar no mercado de trabalho e no setor de tecnologia. O projeto também atua na Favela da Rocinha, tendo início em 2022 com a realização do 1° ciclo do projeto, onde tiveram um total 105 inscritos e 2 turmas (manhã e tarde), com 10 e 14 jovens respectivamente. Destes, 14 jovens encontram-se empregados e 2 ingressaram na faculdade. Atualmente o projeto está no início do 6° ciclo, com cerca de 14 jovens na parte da manhã e 10 à tarde.


Desta forma, o desafio de conquistar o primeiro emprego, particularmente para quem vive em comunidades periféricas, vai além da ausência de experiência formal. Muitas vezes, as habilidades adquiridas em situações cotidianas e informais acabam sendo subestimadas, embora possam ser essenciais para o mercado de trabalho. A valorização dessas competências, somada à busca por cursos gratuitos e ao fortalecimento das redes de contatos, se revela como um caminho eficaz para quem deseja superar a barreira da falta de experiência. Além disso, iniciativas que promovem a inclusão profissional, através de treinamentos e programas de capacitação, têm se mostrado fundamentais para abrir portas e oferecer novas perspectivas a jovens em situações de vulnerabilidade. Em um cenário de desigualdade social, essas ações contribuem para que oportunidades antes distantes se tornem acessíveis, possibilitando a construção de um futuro mais inclusivo.


REFERÊNCIA







 
 
 

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