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Mulheres de Fibra: Casos de Sucesso nas Favelas do Brasil

O empreendedorismo tem sido uma poderosa ferramenta de transformação social, especialmente nas periferias e favelas do Brasil. Longe do glamour das grandes startups, o chamado “empreendedorismo raiz” nasce da necessidade, da criatividade e da força de vontade de quem enfrenta diariamente a desigualdade e a falta de acesso a oportunidades. No entanto, é nesse cenário de adversidade que surgem histórias inspiradoras de superação, inovação e impacto positivo.


A Importância do Empreendedorismo nas Favelas


Empreender nas favelas é, antes de tudo, um ato de resistência e de afirmação de identidade. Segundo pesquisa do Sebrae Minas, 91% dos empreendedores em comunidades abriram seus negócios dentro da própria favela, atendendo às necessidades locais e gerando empregos para moradores da região (O Tempo, 2023). Além disso, o empreendedorismo periférico impulsiona a economia local, diminui a dependência do setor formal de emprego e contribui para o fortalecimento do tecido social. Ao desenvolver produtos, serviços e soluções que fazem sentido para suas realidades, esses empreendedores tornam-se protagonistas de suas histórias.


Da Quebrada para o Topo: Desafios e Vitórias de Empreendedoras das Favelas


As favelas e periferias do Brasil sempre foram sinônimo de luta, criatividade e resistência. Diante da desigualdade, da ausência do Estado e da falta de acesso a oportunidades, muitos moradores encontraram no empreendedorismo uma ferramenta poderosa de transformação. Empreender na favela é um ato de coragem, é resistir todos os dias ao preconceito, à escassez de recursos e à invisibilidade social. Mas é também sobre esperança, sobre criar caminhos onde antes não havia estrada.


Quem vive na favela sabe que as dificuldades são muitas. É a ausência de crédito bancário, a burocracia para formalizar um negócio, o medo da violência e a falta de incentivo. Mesmo assim, a periferia pulsa empreendedorismo. São salões de beleza nas garagens, lanchonetes improvisadas, lojas online tocadas pelo celular, oficinas mecânicas, brechós e projetos sociais que se tornam negócios sustentáveis.


Um exemplo inspirador é o de Adriana Barbosa, fundadora do Instituto Feira Preta, organização afrocentrada que visa a capacitação e o desenvolvimento de empreendedores negros. Inicialmente era uma pequena feira de rua, hoje em dia a Feira Preta se tornou a maior feira de cultura negra da América Latina. Desempregada em 2002, Adriana começou vendendo roupas em feiras de rua e, após enfrentar um arrastão que lhe causou prejuízos, decidiu criar um espaço que valorizasse a identidade e a cultura negra.


Outra história inspiradora é a de Daiane dos Santos, que mesmo sendo mais conhecida como ex-ginasta olímpica, hoje investe em negócios e projetos que incentivam o esporte e o empreendedorismo em comunidades. Assim como ela, muitas pessoas usam suas trajetórias pessoais para abrir portas para outros.


Jéssica Moreira, jornalista e cofundadora do coletivo Nós, Mulheres da Periferia, usa a comunicação como ferramenta de transformação. Criada na periferia da zona sul de São Paulo, ela mostra, por meio de narrativas e projetos culturais, que a mulher periférica é empreendedora desde sempre — mesmo que não receba esse título. O trabalho do coletivo já foi reconhecido por organizações como a ONU Mulheres, organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero, entre outras organizações.


Essas histórias nos mostram que o empreendedorismo na favela vai além da sobrevivência. Ele é uma forma de expressar identidade, gerar renda, criar impacto social e mudar narrativas. O que falta muitas vezes não é talento, é oportunidade. E por isso é tão importante fortalecer redes de apoio que valorizam o protagonismo da quebrada.


Para quem mora na favela e sonha em empreender, é importante saber: não está sozinho. A sua história tem valor. A sua ideia tem força. A favela é potência, e quando um negócio nasce na quebrada, ele carrega junto a cultura, o orgulho e a garra de um povo inteiro.


Como diz o ditado das ruas: “quem é de favela não foge da luta”. E é essa luta que está transformando becos em avenidas de oportunidade, com muito trabalho, estudo e união.


Empreender é Resistir e Avançar


O empreendedorismo raiz nas favelas brasileiras é mais do que sobrevivência — é potência. Ao dar visibilidade a esses negócios, estimular políticas públicas e apoiar iniciativas comunitárias, o Brasil caminha rumo a uma economia mais inclusiva, diversa e inovadora. Fortalecer o empreendedorismo nas favelas é investir em desenvolvimento humano, em cidadania e em futuro. E como mostram os exemplos citados, o sucesso pode — e deve — nascer em qualquer lugar, inclusive no alto do morro.


REFERÊNCIAS

 

Coletivo Nós, Mulheres da Periferia - https://nosmulheresdaperiferia.com.br/




 
 
 

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